"Desonra": retrato do pudor japonês

domingo, 6 de abril de 2008

Baseado em uma história real, Desonra está longe de ser um filme comum. Yuko (Fusako Urabe) é uma ex-refém japonesa no Iraque que tenta readaptar sua vida à Tóquio. Sua vida na cidade natal é perturbada e seu nome torna-se conhecido e motivo de vergonha para os japoneses, conseqüência da atenção internacional que recebeu.
Demitida do emprego, rejeitada pelo namorado e recebendo e-mails e ligações anônimas com agressões e propostas indecentes, Yuko sente que a sociedade está contra ela, enquanto o pai (Ryuzo Tanaka), trabalhador em uma fábrica de televisão, pede demissão sob a pressão de afundar o nome da empresa.

A atriz principal transmite com intensidade os sentimentos de repulsa que sua personagem sofre. Ela é uma heroína mal-entendida no seu próprio país que foi ao Iraque para ajudar as pessoas que sofrem as conseqüências da guerra. Tanaka, por sua vez, é dono de uma expressão marcante ao longo do filme. Diante da pressão sobre seu personagem, mostra como a figura paterna japonesa carrega consigo a responsabilidade financeira, tradicional e, sobretudo, moral de seu sobrenome.

Além da indicação no Festival de Cannes, o filme foi exibido na 29ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, no ano de 2005, sob o título “Humilhação”. O filme é dirigido por Masahiro Kobayashi, que depois de ser cantor e carteiro, resolveu fazer filmes. Possui destaque na premiação francesa desde 1999, porém somente em 2005 ganhou notoriedade com Desonra. Outro título merece destaque: “O Renascimento” (Ai No Yokan, 2007), que ganhou o principal prêmio na 60ª edição do Festival Internacional de Filme de Locarno.

O filme esteve, neste sábado (12) à meia-noite, na sua quinta pré-estréia no Frei Caneca Unibanco Arteplex (Sala 8). Atualizaremos a programação em breve.

Foto: Divulgação

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